Já se foi o tempo no Sertão em que rico andava de jumento e pobre a pé, como cantou em uma das suas músicas antológicas o saudoso Luiz Gonzaga, o rei do baião. Depois de aposentar o jumento pela bicicleta, o sertanejo já fez outra mudança que virou uma febre: adotou a moto como transporte alternativo, econômico e rápido.
Com uma população de 1,4 milhões, segundo o IBGE, o Sertão pernambucano tem, hoje, 101.596 motos devidamente cadastradas no Detran. Assim, 7,2% dos sertanejos já andam sobre duas rodas. Isso sem contar com os veículos clandestinos, calculados em 20%, e as mobiletes, estas, aliás, livres da exigência de matrícula junto ao Detran. Trocando em miúdos, de cada grupo de 100 pessoas que moram no Sertão, 12 já trocaram o jumento e a bicicleta ou até mesmo o carro de passeio pela moto. Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, pode ser considerada, em números proporcionais, a “Capital dos Motoqueiros”. Com uma população de 32,2 mil habitantes, a cidade tem 3.733 motos registradas. Na prática, 11,6% da população já fez a opção de usar a moto como transporte alternativo. Petrolina, no Sertão do São Francisco, em termos quantitativos tem mais motos do que Afogados da Ingazeira – 18.995. Mas como sua população é de 218.538 pessoas, o percentual de motoqueiros é de 8.7%, abaixo do de Afogados. Depois de Afogados, a cidade que tem, proporcionalmente, mais moradores adeptos do veículo é Araripina, no Sertão do Araripe, com 7.573 unidades contra uma população de 70.898. O percentual, portanto, de pessoas possuidoras de motos é de 10.7%. Em seguida vem Serra Talhada, com 7.181 motos para uma população de 70.912 moradores, o que dá uma média de 10.1% de pessoas adeptas do meio de transporte. Das 101.596 motos devidamente cadastradas no Sertão, mais da metade – 59.880 – estão em apenas 10 cidades, a seguir, pela ordem: Petrolina, Araripina, Serra Talhada, Salgueiro, Ouricuri, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, São José do Egito e Cabrobó.
Do blog do Magno Martins
segunda-feira, 26 de maio de 2008
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