segunda-feira, 7 de julho de 2008

A doce vida dos barões do crime e corrupção no Rio

Apartamentos de luxo à beira-mar, mansões, fazenda e gado, carrões importados e à prova de balas, iates. É doce a vida dos homens de ouro da milícia, que têm renda de classe média, mas vivem como milionários em endereços bem distantes das comunidades que são acusados de controlar à força. A lista inclui policiais, bombeiros e ex-agentes, todos investigados pela Secretaria de Segurança por comandar grupos paramilitares que dominam hoje pelo menos 72 favelas no Rio de Janeiro. Alguns desfrutam do conforto de 240 metros quadrados de apartamento, em um condomínio com direito a campo de golfe, quadras de squash e tênis, piscina e até um exclusivo heliponto. Entre os vizinhos estão os milionários jogadores Ronaldo Fenômeno e Romário.É o caso do capitão reformado da PM Epaminondas de Queiroz Medeiros Júnior, apontado nas investigações da Secretaria de Segurança como o sucessor, na Favela Rio das Pedras, em Jacarepaguá, do inspetor Félix Tostes, assassinado no ano passado. A atual companheira e ex-sócia do capitão na empresa de vigilância Protec comprou, em 2000, um apartamento no luxuoso condomínio Golden Green, na Barra da Tijuca, um dos mais valorizados da cidade. O imóvel, negociado à época por R$ 792 mil, vale hoje entre R$ 1, 5 milhão e R$ 1,8 milhão. O levantamento feito por O DIA nos cartórios de registro de imóveis do Rio mostra que há outros investigados por ligação com as milícias no clube do milhão. O major Dilo Soares Pereira Júnior e a mulher fecharam há dois anos a compra de um imóvel, também na Barra, por R$ 2 milhões. O casal hoje mora num sofisticado prédio no Recreio dos Bandeirantes, avaliado pela prefeitura em mais de R$ 1 milhão. Outro que está nesse seleto time é o inspetor Fábio de Menezes Leão. Com influência na Favela Gardênia Azul, Fabinho, atualmente detido no presídio Bangu 8, morava numa mansão de 451 metros quadrados em Jacarepaguá. A Barra é o endereço preferido dos investigados por envolvimento com as milícias. O sargento bombeiro Cristiano Girão Matias há seis anos reside na Avenida Lúcio Costa, a menos de um quilômetro de outro suspeito: o sargento reformado da PM Dalmir Pereira Barbosa, proprietário de um apart-hotel com ampla vista para o mar no Barra Palace. O bairro do Recreio também é cobiçado. É lá, numa cobertura, que mora o inspetor e vereador Jerônimo Guimarães Filho (PMDB), o Jerominho, preso desde dezembro. Ele e o irmão, o deputado estadual Natalino José Guimarães (DEM), também investem em imóveis em Búzios, na Região dos Lagos. Um espetáculo de prosperidade que em nada lembra a vida humilde das comunidades que são suspeitos de explorar. Nesses locais, as casas raramente têm mais de 40 metros quadrados, o lazer é quase sempre restrito a precárias quadras esportivas e o transporte é feito em Kombis caindo aos pedaços ou superlotadas.


Do Blog Do Magno Martins

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