quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Teste de urina pode decretar fim do exame de toque para acusar câncer de próstata

Cientistas dos Estados Unidos anunciaram ter encontrado um potencial biomarcador que poderia no futuro levar à criação de testes que diagnostiquem câncer de próstata a partir de análise da urina. A pesquisa, conduzida por Arul Chinnaiyan e colegas da Escola Médica da Universidade de Michigan, ganhou nesta semana as páginas da prestigiosa revista científica "Nature".
Ao comparar a urina de pacientes vitimados por tumores na próstata com a de indivíduos saudáveis, os cientistas descobriram que uma substância chamada sarcosina aparecia em níveis mais altos nos pacientes com cânceres mais agressivos. Para confirmar a correlação, os cientistas fizeram pesquisas de laboratório, com culturas de células benignas da próstata. Eles simplesmente injetaram sarcosina nessas amostras, e o resultado foi a transformação dessas células em agressivas unidades cancerosas, capazes de se espalhar. Daí, já ficou mais do que claro que a molécula recém-identificada deve ter um papel importante na doença. Esta é a primeira vez que um marcador para câncer de próstata foi detectado na urina. A expectativa é que o futuro das pesquisas ajude a desenvolver testes mais fáceis e menos invasivos para diagnosticar os tumores. A descoberta é sobremaneira interessante porque parece distinguir tumores benignos, menos preocupantes, e aqueles capazes de agredir mais forte e rapidamente o organismo -- os que exigem tratamento radical e imediato. Os cientistas esperam que o achado possa um dia não só facilitar o diagnóstico de câncer, mas também indicar novos caminhos para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas.

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