O Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE), manteve a prisão preventiva de Carlos Batista Culau, seguindo parecer da Procuradoria Regional da República. Ele é acusado de liderar um esquema de adulteração de leite em pó, sonegação fiscal e corrupção de agentes públicos na Paraíba. Carlos Culau teria aumentado os lucros de suas empresas vendendo leite adulterado, com 50% de soro, componente que é pobre em proteínas. Um laudo do Laboratório Nacional Agropecuário em Minas Gerais (Lanagro/MG), ligado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), apontou que o leite serviria apenas para alimentação animal ou indústria química. O produto foi aprovado pelo Mapa de forma ilegal, mediante pagamento de propina pelas empresas de Culau, para trocar as amostras do produto antes que ele fosse submetido à análise. O leite foi vendido para o Exército e às prefeituras de Solânea e João Pessoa, onde era utilizado na merenda escolar da rede municipal. O produto também foi usado em cestas básicas em supermercados de outros estados do país. Culau foi preso em maio, na Operação Lactose, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. As empresas Big Leite, Via Láctea, Sanita, Avesul e Milkly, todas de propriedade do empresário, estão envolvidas no esquema de adulteração. Para o MPF, a prisão preventiva de Culau é necessária para garantir a ordem pública e evitar que ele reincida no crime. O empresário também responde a outros dois processos em Santa Catarina - um por falsificação de documento público e obstrução do trabalho do Mapa e outro também por adulteração de leite. O Ministério Público também tinha pedido que fosse mantida a prisão preventiva de Noeli Joris, funciona´ria da Sanita e da Avesul, por entender que ela é braço direito de Culau. No entanto, ela foi solta por decisão do TRF-5. Também recebeu habeas corpus José Carlos Escorel Polimene, acusado de também integrar a organização criminosa.
Folha de Pernambuco
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