Sete dos 24 feridos no confronto entre as polícias Civil e Militar de São Paulo continuam internados. O confronto ocorreu na quinta-feira (16) durante protesto dos policiais civis em greve que pretendiam fazer uma passeata até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual no Morumbi, Zona Sul da capital. Policiais militares foram chamados para conter a manifestação e impedir que os grevistas chegassem até o palácio. Foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A confusão começou no meio da tarde da quinta. Uma resolução da Secretaria da Segurança Pública (SSP) define como área de segurança as avenidas que cercam o palácio e determina que todas as manifestações sejam desviadas para ruas próximas. Uma comissão tentou negociar a passagem dos manifestantes, mas não teve sucesso. O restante do grupo decidiu furar o bloqueio e conseguiu passar por duas barreiras, mas parou na última, formada pela tropa de choque da PM. Ao forçar a passagem, começou o confronto entre as duas polícias. Foram quinze minutos de tensão com bombas de gás lacrimogêneo, efeito moral e disparos de balas de borracha. Durante o confronto, a segurança na entrada principal do Palácio dos Bandeirantes foi reforçada. “Nós não viemos aqui para fazer confronto com ninguém. Nós viemos aqui pra negociar a questão salarial. Feliz do estado que tem um policial que vem discutir um salário”, afirmou o presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo, João Batista Rebouças. Depois de um dia de intenso confronto e muita tensão, às 20h, o sindicato dos investigadores suspendeu a manifestação e os policiais começaram a deixar a área. O comando de greve deve se reunir na tarde desta sexta-feira (17) para avaliar o movimento e decidir se continua com a paralisação. Os policiais civis pedem 15% de reajuste salarial este ano, 12% em 2009 e mais 12% em 2010. O governo oferece reestruturação da carreira com recursos de R$ 500 milhões de reais para a polícia. Para o governador José Serra (PSDB), a manifestação teve caráter político. “A situação está sob controle. Esta manifestação reuniu no máximo umas mil pessoas. A Polícia Civil tem 35 mil efetivos, trata-se de minoria, e muitos nem são da polícia, são de outros sindicatos, da CUT, Força Sindical”, afirmou o governador. “A orientação que tenho passado é tranqüilidade e firmeza na defesa da ordem pública porque armas são entregues para as polícias para defender o povo contra criminosos. Servir ao povo não para servir a movimentos políticos reivindicatórios. Reivindicação se faz na mesa, conversando, não com violência. Isso nós não aceitamos”, acrescentou o governador. Em nota, a Força Sindical e a CUT repudiaram o tratamento dispensado pelo governo do estado aos policiais civis em greve.
Do Portal G1
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