
Segundo o engenheiro e astrônomo Lupércio Braga Bezerra, do CEA, o estudo sobre a cidade começou a ser desenvolvido em 1996. "Itacuruba foi escolhida pelos índices pluviométricos baixos que apresenta. Recife já não suporta mais um observatório, pois é muito poluída e iluminada, o que dificulta a observação astronômica."Para o prefeito Romero Magalhães, a cidade vai virar rota de turismo científico. "Acredito que vai haver um interesse natural de professores, estudantes universitários e até mesmo das crianças em conhecer os observatórios", disse. Ele afirmou ainda que o observatório municipal já está praticamente pronto, restando apenas alguns detalhes para abrir totalmente à visitação pública, em plena capacidade. "É um trabalho delicado, pois os equipamentos são de última geração e precisam de atenção especial na manutenção", disse Magalhães. "Itacuruba vai virar referência astronômica porque um dos equipamentos vai rastrear asteroides em rota de colisão com a Terra. Será o único da América Latina. Esse observatório faz parte do projeto Impacton", disse Bezerra. Outros fatores que ajudaram na escolha de Itacuruba como sede dos equipamentos astronômicos é o fato de as cidades vizinhas terem no máximo 30 mil habitantes, segundo informações do CEA. "Por ter poucos habitantes, a pouca poluição luminosa na região favoreceu a implementação do projeto no local", disse Bezerra. A localização de Itacuruba no meio do Polígono da Maconha provocou situações inusitadas durante as obras e manejos dos telescópios. "Tivemos de explicar para algumas pessoas que aquilo não se tratava de um canhão militar, mas uma ferramenta para observação astronômica", afirmou Bezerra. Segundo a Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco, o Polígono da Maconha fica na fronteira com a Bahia e é composto pelas cidades de Santa Maria da Boa Vista, Petrolina, Cabrobó, Orocó, Belém de São Francisco e Floresta. De acordo com o CEA, o Observatório Astronômico Automatizado (OAA) foi instalado a nove quilômetros da cidade de Itacuruba. "O telescópio usa espelhos de meio metro de diâmetro e está no Morro da Serrinha, o melhor ponto para funcionar o equipamento", disse Bezerra. O Observatório Municipal de Itacuruba (OMI) fica a 600 metros do primeiro. "É um outro tipo de telescópio. O mais importante de todos é o equipamento do Impacton, que tem espelho de um metro de diâmetro e foi fabricado na Alemanha", afirmou o engenheiro do CEA. Ele disse ainda que o telescópio do Impacton é robotizado e será instalado a 100 metros do OAA. "Ele será operado diretamente do Rio de Janeiro, por profissionais do Observatório Nacional. Ele vai permitir a rastreabilidade de asteroides perigosos para a Terra, ou seja, que estão em rota de colisão com o planeta."
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