Os estudos para o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra os quatro tipos de vírus da dengue precisam ser realizados em território nacional, defendeu hoje ontem o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. Na avaliação dele, os países detentores de tecnologias mais avançadas "negligenciam" as pesquisas para imunizar doenças típicas de nações pobres. “Ou nós desenvolvemos vacinas contra a dengue e outras doenças tropicais como a malária, que também não tem vacina, ou não são. Serão os outros países que vão desenvolver”, afirmou. Em entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília, Rezende disse que historicamente os países ricos são responsáveis pelo desenvolvimento de vacinas e que o combate a doenças como a dengue não é priorizado por laboratórios estrangeiros. “As doenças que desapareceram foram resultado de vacinas desenvolvidas em outros países. Não há uma vacina contra a dengue em parte porque essa é uma das doenças chamadas negligenciadas. Como ela não ocorre em países do Hemisfério Norte, que são mais desenvolvidos cientificamente, nunca houve em âmbito mundial uma forte pesquisa para desenvolver uma vacina contra a dengue.”
Verbas governamentais têm sido sistematicamente distribuídas para estudos de uma vacina contra a doença, assegura o ministro. Segundo ele, medidas complementares também devem ser estimuladas. “Nós temos hoje financiado juntamente com o Ministério da Saúde pesquisas para descobrir a vacina contra a dengue. Essa vai ser a solução. Enquanto isso também tem muita coisa para fazer em ciência como os kits diagnósticos”, afirmou em referência aos dispositivos criados por pesquisas em Pernambuco que podem identificar com rapidez pacientes infectados.
Estado mais afetado pela dengue, o Rio de Janeiro registrou este ano 92 mortes em decorrência da doença. Números oficiais mostram que mais de 110 mil casos foram diagnosticados desde janeiro.
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