A ampliação da presença das Forças Armadas nas fronteiras da Amazônia começará a ser executada no segundo semestre e vai incluir a instalação de unidades em reservas indígenas, adiantou ontem no Rio o ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Nos próximos meses, vai haver crescimento exponencial da presença das Forças Armadas na Amazônia”, disse Jobim, que discute a ampliação com os comandantes da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto, do Exército, Enzo Peri, e da Aeronáutica, Juniti Saito. A medida vai integrar o Plano Estratégico de Defesa e será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um mês. A idéia inicial é que a instalação de mais homens nas fronteiras comece em três meses. Ontem, Jobim citou os estados de Roraima e Amapá e a região conhecida como Cabeça de Cachorro, no noroeste do Estado de Amazonas, como os primeiros locais a ter ampliado o efetivo militar da Forças Armadas. A área da Cabeça de Cachorro faz fronteira com a Colômbia e é ocupada por cinco reservas indígenas. A proposta de aumentar a presença bélica nacional nas fronteiras do Norte e do Oeste do País fora antecipada por O DIA com exclusividade no último dia 2. Na ocasião, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, também um dos elaboradores do Plano Estratégico de Defesa, citou abertamente a transferência de militares do Rio, especialmente da Marinha, para o Norte. Jobim detalhou ontem que ficarão de fora da alteração unidades de logística, também muito presentes no Rio, como as escolas de formação de oficiais.A presença de tropas em Roraima vai incluir a área da reserva Raposa/Serra do Sol, onde o conflito entre não-índios e indígenas se agrava a cada dia. “Queremos dizer claramente: terra indígena é terra brasileira. É terra de propriedade da União afetada a usufruto indígena. Não há nações ou povos indígenas, existem brasileiros que são indígenas”, destacou o ministro, após cerimônia comemorativa do Dia da Vitória, que marca os 63 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, em 8 de maio de 1945.
Do Blog do Magno Martins
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