Há quem imagine não ter sido por mera coincidência que os Estados Unidos criaram a sua Quarta Frota da Marinha de Guerra, destinada a atuar no Atlântico Sul com dois porta-aviões nucleares e montes de navios e submarinos. A decisão veio logo depois do anúncio, pelo Brasil, da descoberta de reservas imensuráveis de petróleo, maiores que as da Arábia Saudita. Essa riqueza situa-se debaixo da plataforma submarina e até lá no fundo, em alto-mar.A ninguém será dado duvidar de que os americanos, faz muito, entenderam dominar direta ou indiretamente todas as maiores províncias petrolíferas do planeta. Trata-se de controle ligado à própria sobrevivência dos Estados Unidos, explicando-se por isso as invasões do Afeganistão e do Iraque, assim como os pretextos que, não demora muito, embasarão igual ação bélica contra o Irã. No nosso caso, da bacia de Santos e extensões, é claro que não se supõe a Quarta Frota acionando seus aviões, mísseis, torpedos, fuzileiros navais e sucedâneos. O domínio das reservas recém-descobertas pode ser conseguido por via econômica. Afinal, a Petrobras já é quase estrangeira. Mesmo assim, apenas para o caso de surpresas, os habitantes da imensa costa que vai do Amapá ao Rio Grande do Sul devem preparar-se para ver navios. Muitos navios...
Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa
sábado, 24 de maio de 2008
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