segunda-feira, 14 de julho de 2008

Estertores de um jornalismo em revista

A luta está chegando ao fim. O que se tem agora são estertores do pior jornalismo que este país já conheceu em muitas décadas. A Abril estava esperando baixar a poeira para pensar em mudanças inevitáveis na revista Veja. Demorou, o furacão chegou e o preço a pagar será cada vez mais alto. Cada semana de Eurípedes Alcântara e Mário Sabino será mais saque sobre o ativo de imagem da revista. Agora é apenas aguardar o sangramento até que a Abril encontre a oportunidade adequada para promover as mudanças e tentar recuperar a revista. Tenho cá para mim que o desgaste já chegou a um ponto de não-retorno. Ainda se levará bom tempo para avaliar o que esse período de esbórnia, essa violência pornográfica, a falta de escrúpulos tentando compensar a falta de talento, produziram na maior revista brasileira.
A quebra de imagem é irreversível e não apenas entre os leitores mais esclarecidos – cuja ficha caiu há muito tempo. A falta de qualidade das matérias, a carência de pauta, a repetição monocórdica de escândalos mal apurados, mal escritos, a truculência, a arrogância, o exercício sistemático das armas da injúria e da difamação já bateram no leitor comum. Mais ainda nas redações. Veja já foi uma revista admirada. Depois, passou a ser temida – o que de pior pode acontecer com qualquer forma de poder. Agora é ironizada. Indague-se de qualquer jornalista da grande imprensa, das assessorias de comunicação, da assessoria das grandes empresas o que representa a Veja, para eles. Lixo! Indague-se dos jovens candidatos a jornalistas cursando Faculdades, o que pensam da Veja. Lixo! E não é força de expressão. É a expressão corrente. É inacreditável que só agora tenha caído a ficha da Abril. Eurípedes Alcântara e Mário Sabino entrarão para a história do jornalismo brasileiro pelo maior anti-feito de que se tem notícia: em poucos anos, arrebentaram com o maior ativo da Editora Abril, a imagem da revista Veja.


Do Blog do Magno Martins

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