A quadrilha de falsificadores de moeda que começou a ser desbaratada pela Operação Galo Capote da Polícia Federal nesta terça-feira (9) se utilizava de cambistas e guardadores de carros em portas de shows e jogos para distribuir as notas que eram produzidas por ao menos três "fábricas" de dinheiro em São Paulo. a informação foi passada por Diógenes Peres de Souza, delegado de repressão a crimes fazendários da PF. A organização criminosa contava com dois líderes, já presos, três grandes "produtores"- donos de pequenas gráficas – e nove grandes distribuidores das notas falsas, segundo o delegado. "Estes grandes distribuidores repassavam para os pequenos distribuidores, que pulverizavam estas notas no mercado. São cambistas e guardadores de carros que atuam em locais de jogos e de shows, além de bingos e, em alguns casos, adquirem bens de pequena monta, para não chamar a atenção", explicou.As notas falsas eram repassadas no meio do troco, para não chamar a atenção. "Eles não entregavam as dez notas falsas na hora de dar o troco. No meio de dez, passavam três falsas", disse Diógenes. A base de troca era de cinco para um; ou seja, o pequeno distribuidor entregava uma notava de R$ 50 verdadeira para receber cinco de R$ 50 falsas. A operação policial foi denominada de Operação Galo Capote porque "galo" é um dos nomes utilizados pela quadrilha para se referir à cédula preferida para a falsificação, a de R$ 50, cujo número no jogo do bicho corresponde ao galo. Apenas em São Paulo, base de operação da quadrilha, foram cumpridos oito mandados de prisão temporária, além de três presos em flagrante. Em São Paulo, 11 pessoas foram detidas. Ao todo, em seis estados, 14 pessoas foram presas. Três laboratórios – um no centro de São Paulo, um em Poá, na região metropolitana, e outro em Guarulhos - de falsificação de moedas foram fechados, com a apreensão de 400 folhas já impressas com valores distintos, além de outras em fase de produção. Em Manaus, R$ 40 mil em notas falsas foram apreendidas.De acordo com o delegado, as notas são muito bem produzidas, com simulações do fio de segurança e da marca d’água. "Em alguns casos, a pessoa tem que ser muito bem treinada para perceber a simulação", disse. Ele fez um alerta: "Ao perceber que pegou uma nota falsa, a pessoa tem de comunicar as autoridades. Se ele repassar a nota, estará cometendo um crime. Para recuperar o prejuízo, a pessoa tem de representar contra quem lhe passou a nota falsa", explicou. Pelas contas da Polícia Federal, a quadrilha que começou a ser desbaratada nesta terça-feira produzia cerca de R$ 250 mil por mês há cerca de quatro anos. "Nossa estimativa é que neste período eles tenham despejado cerca de R$ 12 milhões no mercado", afirmou Diógenes. José Alberto Iegas, delegado do combate ao crime organizado da PF, explicou que vem crescendo a produção e distribuição de notas falsas nos últimos anos. "Apenas em 2006, foram apreendidos R$ 22 milhões em notas deste tipo", disse.
Do Portal G1
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