O sargento Laci de Araújo, que revelou em entrevista a ÉPOCA sua homossexualidade, pediu baixa do Exército na manhã desta quarta-feira (8). A informação foi confirmada pelo parceiro de Laci, o ex-sargento Fernando de Alcântara. Laci está detido no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília, por causa de uma punição administrativa por ele ter viajado a São Paulo no dia 3 de junho e ter concedido uma entrevista a um programa de TV sem autorização de seus superiores. Ele também foi condenado criminalmenente por deserção. Ele alega, no entanto, que não compareceu ao serviço por estar doente. Aparentemente, Laci não poderia pedir dispensa do cargo pois ainda teria pendências com a Justiça Militar – ele ainda precisa cumprir parte da pena de seis meses por deserção e está detido até sexta-feira (10) por conta do processo administrativo. Os advogados do sargento, no entanto, vão tentar explorar uma brecha no Código Processual Militar que afirma que os militares incorporados não podem pedir baixa se tiverem contas a prestar a Justiça Militar. A defesa de Laci, porém, alega que ele não é incorporado – um soldado que ingressou recentemente na Força –, mas um profissional de carreira do Exército. A intenção inicial do sargento era conseguir a reforma –a aposentadoria militar. Como sua doença não foi reconhecida pelo seu comandante, Laci decidiu pedir dispensa, que não permite recebimento de aposentadoria ou benefícios. Segundo o parceiro Fernando, Laci chegou a um ponto que não conseguia mais resistir às pressões impostas pelos colegas de farda. “Uma hora temos de aprender a recuar, a saúde do Laci vale mais que tudo”. O pedido de baixa foi entregue no Hospital Geral de Brasília, onde Laci trabalha. Ele deve seguir para o Alto Comando do Exército, que pode recusar o pedido. ÉPOCA entrou em contato com o Centro de Comunicação Social do Exército, mas não obteve resposta.
Do Portal G1
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