PF deflagra operação contra prefeito eleito de Serrita

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (12) a Operação Júlio César, que visa cumprir 22 mandados de busca e apreensão nas cidades de Serrita, Salgueiro, Recife, São José do Egito e Tuparetama (em Pernambuco), além de Salvador (na Bahia). O foco das investigações, que se iniciaram em 2005, é o empresário e político Carlos Eurico Ferreira Cecílio, ex-prefeito de Serrita e prefeito eleito da cidade nas eleições de outubro deste ano. Cecílio é suspeito de envolvimento em diversos crimes - captação ilícita de votos, falsificação de documentos para fins eleitorais, formação de quadrilha, desvio de verbas públicas (peculato e crime de responsabilidade de prefeito), corrupção ativa, tráfico de influência, estelionato, lavagem de Dinheiro, sonegação tributária e crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Após realizados levantamentos nos bens e nas empresas do político - tais como postos de gasolina e hotéis -, as investigações indicaram que Cecílio adquiriu um vasto patrimônio em curto espaço de tempo, inclusive em nome de terceiros, o que levantou as suspeitas da Polícia Federal. Ao longo da apuração do caso, identificou-se a ligação de Cecílio com uma associação que realizava obras públicas com superfaturamento de valores e oferecimento de vantagens indevidas a agentes públicos. A PF também identificou a associação de Cecílio com pessoas que, durante a campanha eleitoral realizada este ano em Serrita, na qual ele foi eleito, trabalharam captando ilicitamente votos. Foram ainda descobertos indícios de desvio de recursos públicos e de prática de crimes contra o Sistema Financeiro - pequenos produtores rurais eram induzidos a contrair empréstimos do Banco do Nordeste do Brasil e os valores eram destinados a Cecílio, segundo a PF, com pagamento de pequena vantagem aos trabalhadores rurais. Os indícios de delitos eleitorais que indicam abuso de poder econômico nas últimas eleições foram encaminhados ao Ministério Público Eleitoral em Serrita, para adoção de providências previstas na Lei Complementar nº 64/90. O texto legislativo prevê a possibilidade de inelegibilidade para a eleição para a qual concorreu e por três anos subseqüentes. A Operação Júlio César mobiliza 120 policiais federais.