Estudo realizado pelo Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e prefeituras, encontrou o mosquito da dengue em 93% das casas pesquisadas em Ipojuca, Litoral Sul, e em 100% dos imóveis observados em Santa Cruz do Capibaribe, pólo das confecções do Agreste. Por casa, em média, foram removidos a cada 30 dias, de 500 a 1.500 ovos de Aedes aegypti. Em Santa Cruz chegaram a retirar até seis mil ovos por imóvel em um mês.Os dados, divulgados nessa quarta-feira pela Fiocruz Pernambuco, são relativos a junho, mas, segundo a pesquisadora Leda Regis, da fundação, não devem ser muito diferentes da atual situação das residências. "Estudos anteriores mostraram que a infestação permanece, só muda a quantidade de mosquitos", explicou. Os dados divulgados foram gerados a partir de armadilhas instaladas desde maio em 3% das propriedades nas duas cidades, pólos turísticos e econômicos do Estado. Essas armadilhas, chamadas ovitrampas, são pequenos baldes, onde as fêmeas do Aedes põem seus ovos. "Os resultados mais uma vez comprovam que o método é bem-sucedido, mais que a pesquisa larvária, feita de rotina no País. Na busca tradicional, onde os agentes de saúde procuram as larvas em potenciais focos, os índices positivos variaram nas mesmas áreas de 2% a 12%", avaliou Leda Regis, coordenadora técnico-científica do projeto, que abrange contagem de ovos e mapeamento das áreas de risco pelo computador, além do controle da população de mosquitos, com uso de novas estratégias. Ainda na quarta começou em Santa Cruz do Capibaribe o treinamento dos agentes de endemias para uso do aspirador, um equipamento que vai atrair e matar o mosquito adulto sem jogar veneno no ambiente. "Na segunda quinzena deste mês esperamos usar o aspirador. Entre janeiro e fevereiro queremos instalar as ovitrampas de controle, as armadilhas que vão capturar mais ovos nas casas", adiantou a secretária-adjunta de Saúde de Santa Cruz do Capibaribe, Cândida Walter. No fim do mês, haverá uma feira sobre dengue na cidade, para instruir e mobilizar a comunidade. As novas estratégias que o Estado pretende testar incluem ainda uma armadilha para capturar o mosquito.A gerente de Epidemiologia do Estado, Adriana Farias, explica que os estudos vão ajudar o Estado a conhecer melhor a dengue e reforçar suas estratégias contra a doença. "Há uma queda no número de casos, mas precisamos manter a vigilância, principalmente na fase atual", explica. A Fiocruz participa do projeto com ajuda do Sistema de Apoio Unificado para Detecção e Acompanhamento em Vigilância Epidemiológica, formado por diferentes setores da fundação, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e das Universidades Federais de Pernambuco, Minas Gerais e Paraná.
Do Jornal do Comercio
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
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