segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quintal PE: música pernambucana à décima potência

Quem disse que para atrair público um festival de música precisa escalar artistas de fora do Estado? Na noite desse sábado, o Quintal PE promoveu uma overdose de música pernambucana, e, levando em conta o numeroso público que acompanhou os shows, o festival, realizado no Centro de Convenções, em Olinda, provou que sua receita funciona. Quando a primeira banda subiu ao palco, por volta das 18h, a grande maioria desse público ainda não tinha dado o ar da graça. O que é bastante justificável, já que para aguentar uma maratona de dez shows, poucas pessoas se dispõem a chegar cedo. Mas quem chegou pôde conferir o hip hop da Vargas, que levou ao palco suas letras politizadas, que tratavam de temas como violência, desmatamento, crianças de rua, entre outros. Em seguida, o Maracatu Piaba de Ouro, agremiação que foi liderada por Mestre Salustiano, desfilou por entre o público com suas coreografias e trajes coloridos. Foi só o bloco se despedir que, no palco, entrou em cena a olindense Bonsucesso Samba Clube, que pôs a galera pra dançar ao som de músicas como “Sala da Justiça”. A apresentação da banda Eddie foi um dos pontos fortes da noite. O grupo contagiou a platéia com músicas como “Bairro Novo/ Casa Caiada” e “Pode me chamar”, além da ótima versão do frevo “É de fazer chorar”. Certamente, os rapazes fizeram um dos shows mais animados do Quintal. Os músicos também chamaram a atenção da platéia para o movimento “Salve Maracaípe”, que contava com um grupo de voluntários recolhendo assinaturas para tentar impedir a construção de um resort numa área de coqueirais da famosa praia do município de Ipojuca. O encontro às cegas de Naná Vasconcelos com o DJ Dolores foi um momento bastante aguardado, pois muitos queriam conferir o resultado da parceria inédita. Além da percussão de Naná e os samplers de Dolores, o Blind Date contou com a presença do percussionista Lucas dos Prazeres e de Yuri Queiroga, que no projeto, largou a guitarra para dedicar-se ao contrabaixo. Durante uma hora de show, a música eletrônica tomou conta do pavilhão. Mais uma vez, China e Mombojó dividiram o palco. O ex- Sheik Tosado entrou primeiro, e cantou algumas músicas próprias, como “Jardim de Inverno”. Ele então chamou os amigos do Mombojó e juntos, eles fizeram a platéia acompanhá-los em canções como “Cabidela”. A atração mais esperada do Quintal finalmente subiu aos palcos, e deixou uma coisa bem clara: os pernambucanos não se cansam de ouvir Nação Zumbi. Jorge du Peixe e companhia fizeram a platéia cantar e dançar trazendo ao show tanto as músicas do mais recente CD (Fome de Tudo) quanto canções clássicas do grupo, como “Maracatu Atômico” e “Da Lama ao Caos”. Como sempre, Nação foi satisfação garantida para a galera. Encerraram a noite o cantor Otto, lançando seu novo CD, e a banda Eta Carinae, projeto de Dirceu Melo, ex- Jorge Cabeleira.


Do JC Online

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