quinta-feira, 10 de abril de 2008

Entidade suspeita recebe recursos do Governo do Estado

Com a ajuda do governador e ex-ministro de Ciência e Tecnologia Eduardo Campos (PSB-PE), uma entidade não-governamental comandada pelo tesoureiro de seu partido em Pernambuco recebeu cerca de R$ 11,4 milhões da pasta nos últimos três anos. Agora, auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) acaba de encontrar irregularidades na entidade -de falta de critério para sua escolha a superfaturamento e uso de notas fiscais frias.O Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Xingó, sediado na zona rural de Sergipe, é dirigido por Gilberto Rodrigues, tesoureiro do PSB em Pernambuco e aliado político de Campos -um dos principais governadores da base de apoio ao governo Luiz Inácio Lula da Silva. Campos participou diretamente dos três contratos do ministério com o Instituto Xingó. Os dois principais convênios, num total de R$ 12,6 milhões, foram auditados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). O Xingó, segundo o diretor-geral Gilberto Rodrigues, é um intermediário de projetos. Não executa diretamente as ações, mas cuida de selecionar e contratar terceiros para os projetos desenvolvidos em municípios do sertão.O tribunal investigou cinco contratos, que somam R$ 13,9 milhões. Além do MCT, há convênios com o Ministério de Minas e Energia e a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco).Os problemas apontados pelo TCU começam na seleção da entidade e vão até as prestações de contas. Foram encontradas notas duplicadas ou com 'indícios de ilegitimidade' (impressas por gráficas não autorizadas ou com numeração irregular), além de 'transferências eletrônicas' para pessoas estranhas aos contratos. De acordo com os auditores, o MCT falhou também na fiscalização das parcerias.As parcerias do ministério com Xingó têm objeto amplo. No contrato em vigor até dezembro, o MCT lista nada menos do que 16 áreas em que seriam desenvolvidos projetos de capacitação: 'confecções, vestuário, moda e decoração, floricultura, laticínios (gado e ovinos), fruticultura, artesanato de couro, barro e confecção (maracatu), mandioca, tratamento de resíduos sólidos, turismo ecológico, rede de saúde informatizada, empreendedorismo social e gestão de projetos'.

Fonte: Folha de São Paulo

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