Mais culpados que os candidatos inscritos em “listas sujas” para disputar as eleições municipais que se aproximam são os partidos políticos, legalmente registrados, que lhes ofereceram a possível blindagem de um mandato para escapar, mais facilmente, de uma prestação de contas. O Tribunal Superior Eleitoral pode diminuir o constrangimento do íntegro senador Marco Maciel (DEM-PE) quando viu seu correligionário deputado Natalino Guimarães (DEM-RJ), em todos os jornais e telejornais, exibindo os punhos algemados. Como fizera, algumas semanas antes, seu “colega de lista”, o vereador Jerominho, também do Rio. Os diretórios nacionais, por ordem do TSE, têm o dever de exigir dos diretórios estaduais explicações sobre as circunstâncias do registro de candidatos notoriamente delinqüentes. Nos últimos anos, deve ser muito baixo o percentual de políticos brasileiros completamente livres de suspeitas, de acusações falsas, do “pode ser”, do “pode estar ligado”, etc. Quando o PT era oposição, metade da situação fora posta sob suspeita, pois não admitia CPI. Nem nos estados.
Quando Lula assumiu, não aprofundou nenhuma acusação, deixando PSDB e DEM (ex-PFL) livres para o troco aos antigos acusadores, com CPIs devastadoras. Anularam o “nº 1”. José Dirceu foi cassado por falta de decoro parlamentar, sem ter exercido o mandato um único dia. Inebriados pelo poder, petistas aceitaram o esquema que funcionou no governo do PSDB em Minas e chafurdaram nas verbas não contabilizadas. Muitas carreiras acabaram ali. No Rio, o foco está no tóxico e suas conseqüências. Milícias, caça-níqueis, guerra entre o crime e uma polícia despreparada. As listas sujas dos nossos saem daí.
José Silveira - O DIA
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
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