Mais do que dobrar a atual frota de 27 navios-patrulha, a prioridade da Marinha para alcançar condições efetivas de segurança nas áreas de prospecção de petróleo na costa brasileira, como as recém-descobertas reservas na camada pré-sal, é a construção de pelo menos quatro novos submarinos até 2018. A meta principal é o aguardado submarino nuclear, que colocaria o controle da costa em outro patamar. No entanto, os oficiais não contam com ele antes de 2020. O diferencial da estratégia submarina protagonizou na semana passada os primeiros movimentos da Operação Atlântico. Em ação no litoral do Rio, São Paulo e Espírito Santo há dez dias, 10.215 homens da Marinha, Exército e Aeronáutica medem, até o dia 26, os desafios para garantir o controle da imensidão formada pelo mar territorial e a zona exclusiva de exploração econômica, a chamada Amazônia Azul. A área abriga a maior riqueza natural do País e se estende a mais de 390 quilômetros do continente. O pré-sal está nos limites dessa área. Embora a Marinha trate oficialmente a reativação da Quarta Frota da Marinha dos Estados Unidos para o Atlântico Sul como mera reorganização militar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a decisão com incômodo. "Os homens já estão aí com a Quarta Frota quase em cima do pré-sal", disse Lula, no batismo da plataforma P-53, no Rio Grande do Sul, na semana passada. A Operação Atlântico é uma resposta discreta à iniciativa americana, com a exibição de alguma capacidade de mobilização militar, ainda que limitada.
Tribuna da Imprensa
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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