O período de chuvas, que vai de abril a junho, não é só de alívio contra a seca no sertão pernambucano. É neste período que os traficantes aproveitam a regularidade das chuvas para formar na caatinga suas plantações sazonais de maconha. Da muda ao pé, com até 1m80 de altura, são cerca de 120 dias. O trabalho é minucioso. Primeiro, é feita a sementeira, onde as mudas se desenvolvem. Quando o ramo verde começa brotar e ganha corpo, é colocado em covas - cada uma com cinco a oito mudas. Assim, nas covas, nascem vários pés de maconha.
Em Pernambuco, a lavoura ilícita do tráfico não só se aproveita da chuva. Também se apodera das águas de irrigação tiradas do Rio São Francisco. Só neste domingo, a Polícia Militar de Pernambuco localizou duas grandes plantações de maconha encravadas em áreas de difícil acesso, de vegetação espinhosa. Em Inajá, a 365 quilômetros de Recife, no sertão pernambucano, foram achados 6.888 pés de maconha em fase de colheita . O plantio foi feito em três diferentes áreas da Serra Negra, na zona rural da cidade. Quando a polícia militar chegou, ainda na madrugada, nenhum lavrador do tráfico foi localizado. - É uma região montanhosa, de caatinga, com pedra e espinho. Muitas vezes, cães dão o alarde e eles percebem de longe a chegada da polícia - conta o major da PM José Rosemário Silva de Barros, responsável pela destruição da lavoura de maconha em Inajá, uma das áreas que possui o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, a 389 km de Recife, destas que nem imagem aparece no Google Maps.
Do Globo Online
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário