Grampos telefônicos da Castelo de Areia, operação integrada da Polícia Federal com a Procuradoria da República, revelam intensa movimentação da cúpula da empreiteira Camargo Corrêa em suposto esquema de doações "por fora" para políticos e legendas. Sete partidos (PSDB, PDT, DEM, PP, PPS, PMDB e PSB) - além dos senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e deputados, entre eles José Carlos Aleluia (DEM-BA) - são citados como beneficiários de recursos que a PF supõe terem sido desviados de obras superfaturadas. Diálogos interceptados pela Inteligência da PF revelam passo a passo como agiam os principais executivos da empreiteira, que faturou R$ 16 bilhões em 2008. As escutas fazem a PF supor que a Camargo Corrêa mantinha duas contabilidades para repasses a políticos - uma oficial e outra paralela, sem comunicação à Justiça Eleitoral. O alvo maior da operação é um pen drive com relação de políticos que teriam recebido propinas da empreiteira. O arquivo digital foi revelado naquela conversa que a PF interceptou, entre Bianchi e Gomes, executivos da empreiteira presos na quarta-feira. Os dois falam de José Carlos Aleluia e de um suposto pagamento a ele. "Não sou candidato e não é primeira vez que bandidos falam nomes de pessoas", reagiu o deputado do DEM. "Não tenho absolutamente contato, nem oficial nem extraoficial, com a Camargo Corrêa. O governo começa a espalhar coisas para cobrir o drama que está vivendo. Não recebo doação que não seja legal."Além de políticos e siglas, os grampos citam frequentemente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e seu presidente, Paulo Skaf. Também é mencionado em vários contatos Luiz Henrique, diretor da Fiesp baseado em Brasília e cuja missão seria fazer a ponte da entidade com o Congresso.
De As informações são de O Estado de S.Paulo
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