O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai defender em conferência da ONU nesta segunda-feira (2) que os países ricos "abram mão" dos subsídios agrícolas para que o "alimento volte a se tornar acessível". "É importante que a gente comece a estabelecer uma estratégia de melhorar a produção de alimentos, aumentar a produção, e, sobretudo, tirar subsídios na agricultura dos países mais ricos que tornam praticamente impossível do mundo pobre vender comida à Europa. Não tem incentivo para produzir. Se conseguirmos fazer isso, estaremos criando condições para que o alimento volte a se tornar acessível", disse Lula, de Roma, em seu programa de rádio semanal "Café com o presidente". A Conferência sobre a Segurança Alimentar Mundial, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), começa nesta segunda-feira (2) e vai ser um palco de discussão de soluções para a crise alimentar global causada pela alta dos alimentos. O fim dos subsídios agrícolas em discussão na Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio é uma solução para Lula. "Eu penso que chegou a hora de tomarmos atitudes. Uma das atitudes seria concluir o acordo da OMC (Organização Mundial do Comércio) na Rodada de Doha, que os países ricos abram mão dos subsídios agrícolas que dão aos seus agricultores, que os Estados Unidos diminuam os subsídios", disse o presidente brasileiro.
Como resolução mais imediata para crise alimentar, Lula destacará a necessidade de reduzir os preços altos do petróleo. Ele vai relacionar que o combustível encarece os custos com transporte e fertilizante. "Discutir, por exemplo, porque que o preço do petróleo pode implicar no aumento do custo do produto a partir do custo do transporte e a partir do custo da matéria prima que faz o fertilizante. Essas são coisas que muita gente não quer discutir, mas que nós queremos discutir, porque nós entendemos que temos que dar uma resposta imediata", declarou Lula. O Fome Zero e o Bolsa Família vão ser lembrados por Lula em seu discurso na conferência. Ele vai argumentar que já alertou governantes sobre o problema da fome muito antes da preocupação se tornar consenso.
Do G1
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário